Entre sons, sabores e flores, a Festa do Boi guarda tradições que ultrapassam o tempo e fazem parte do coração de quem visita o Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. São histórias de famílias, de fé e de afeto que se repetem a cada edição, como o suco no saco, a Budega Véia, o sorvete de pedacinho do céu com gostinho de infância, o Restaurante do Targino, os girassóis do parque e a Rua do Alecrim, onde tudo se encontra.
Entre as tradições mais reconhecidas, uma voz ecoa há quase quatro décadas pelos alto-falantes do parque: Zito Som. Há 39 anos, ele é o responsável por conduzir o sistema de comunicação da festa com transmissões de pista, anúncios comerciais e serviços de utilidade pública e, acima de tudo, por dar o tom da Festa do Boi com sua presença inconfundível.
Foi ele quem escreveu a música “Festa do Boi”, interpretada por Forró Meirão, que toca ao longo de todo o evento. O público já conhece cada verso e canta com alegria, como parte da trilha sonora que anuncia que a festa começou. Mesmo após tantos anos, Zito continua vivendo a emoção de cada edição e transmitindo esse sentimento a quem o ouve, “tudo é fato novo. Cada campeonato é um criador novo, tudo traz emoção. Se você não tiver emoção em cada anúncio que faz, você não vive alegria. Quando a gente narra, a gente vive a emoção”.
Outra tradição que atravessa gerações é o suco no saco, criado há 46 anos por José Arimatéia. Ele já trabalhava com eventos quando teve a ideia de vender sucos naturais em saquinhos fechados, algo que não existia na época. Há 43 anos em Natal, o primeiro espaço do Suco no Saco na Festa do Boi segue firme, reunindo famílias e memórias. “É uma alegria ver o pessoal voltando com os filhos, lembrando da infância e tomando o mesmo suco de laranja, abacaxi, maracujá ou acerola”, conta Arimatéia.
O parque também ganha cor e poesia com os girassóis, plantados em pontos estratégicos próximos à pista e aos currais. As flores viraram símbolo da festa, criando um cenário que virou ponto obrigatório para fotos. Já a Rua do Alecrim, como é carinhosamente chamada, homenageia o tradicional bairro natalense e sua energia comercial: um espaço onde se misturam bancas de comidas típicas, artesanato e produtos nordestinos.
E para as crianças, o passeio de pônei é um dos momentos mais esperados. Mulheres como Alessandra Nascimento ajudam a conduzir os animais pelo parque, garantindo a segurança e a alegria dos pequenos. “As crianças adoram. É um momento de encantamento, de tirar o medo e se aproximar dos bichos”, conta Alessandra.
A cada ano, a Festa do Boi reforça seu papel como guardiã das tradições potiguares. Entre girassóis e sorrisos, vozes e sabores, o que se celebra ali é o encontro entre o campo, a cidade e as histórias que continuam florescendo.
