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Para representante do ministério, ‘é preciso resolver entraves burocráticos’. Rebanho potiguar receberá inspeção animal e técnica em fevereiro de 2014.

“Precisamos ficar vigilantes para que a doença não volte ao estado”. Foi com estas palavras que o superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Norte, Orlando Procópio, falou aos dirigentes e criadores rurais sobre a questão da Febre Aftosa, durante o lançamento oficial da Festa do Boi 2013, em Parnamirim. A feira começa neste sábado e segue até o próximo dia 20 de outubro, de Parque de Exposições Aristófanes Fernandes.

O superintendente ressaltou que o estado precisa “resolver os entraves burocráticos” para que a liberação, que aconteceu a nível nacional, também adquira o respaldo internacional, já que em fevereiro do próximo ano, uma equipe com técnicos da Organização Mundial da Saúde Animal (em inglês, OIE), realizará uma inspeção no estado. Segundo Orlando, é necessário um monitoramento das atividades desenvolvidas pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn).

“Os órgãos em análise serão o Idiarn e a Secretaria Estadual Agricultura, responsável pela defesa agropecuária do nosso estado. A equipe técnica deverá avaliar alguns pontos, que para nós, servem de alerta, para que não tenhamos nenhuma surpresa negativa nessa auditoria. O estado precisa resolver os entraves burocráticos, que são ações internas do Idiarn e da Sape que necessitam de melhorias. Por exemplo, o estado tem um tamanho geográfico e uma quantidade de animais e para que a vigilância seja feita de uma forma mais segura, essa relação precisaria de um aumento no número de escritórios do Idiarn, em pontos estratégicos do estado”, explica o superintendente.

Em 2006, o Rio Grande do Norte se encontrava numa situação de área desconhecida da Febre Aftosa. Com a incerteza da presença ou não da doença em território potiguar, exigiu-se a criação de órgãos de fiscalização, como o Idiarn, responsável para atuar na defesa e na inspeção do nosso gado. Em 2008, o estado teve um avanço no status, adquirindo o nível de área de médio risco. Em setembro deste ano, o Ministério da Agricultura anunciou a mudança para área livre da doença.

Atualmente, o Idiarn possui 12 unidades de sanidade animal e vegetal espalhadas pelo estado, que ficam nos municípios de Assu, Caicó, Currais Novos, João Câmara, Mossoró, Nova Cruz, Umarizal, Santa Cruz, São Paulo do Potengi, Parnamirim, Lajes e Pau dos Ferros. No entanto, Orlando Procópio explicou que o Idiarn necessita de um aumento no quadro de funcionários, como também um replanejamento no salários dos atuais servidores.

“São 12 sedes, mas precisaríamos de mais seis. Isso implica que o estado precisa providenciar esses espaços, realizando um concurso público para a nomeação de veterinários e técnicos para fazerem parte desse sistema. Outro ponto negativo para a auditoria é o baixo salário dos servidores do Idiarn. Desde que o órgão foi criado, não houve qualquer aumento salarial”, disse.

SAPE espera por mudanças

A mudança no status do rebanho potiguar de zona de médio risco para livre da Febre Aftosa, anunciada pelo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, em setembro deste ano, foi comemorada pelas entidades agropecuárias e trouxe alívio ao homem do campo.

O secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca, Tarcísio Bezerra, comentou que o estado deverá receber a liberação internacional da febre Aftosa com a inspeção de técnicos do OIE, mas ratificou a importância de investimentos nos setores que trabalham com o setor agropecuário do Rio Grande do Norte.

“É importante frisar que apesar da mudança de status de área desconhecida da Febre Aftosa, em 2006, para zona livre este ano, precisamos de melhorias nos nossos órgãos para que a liberação internacional seja adquirida. Estamos estudando melhorias para os órgãos, mas ainda não sabemos como serão feitas”.